ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 08-9-2014.
Aos oito dias do mês de
setembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely,
Mauro Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu
Brasinha, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Nereu D’Avila,
Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Valter
Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº
180/14 (Processo nº 1946/14), de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo; e
o Projeto de Lei do Legislativo nº 192/14 (Processo nº 2047/14), de autoria do
vereador João Carlos Nedel. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos no dia primeiro de setembro do
corrente. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Any
Ortiz, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia quinze
ao dia vinte e seis de setembro do corrente. A seguir, o Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Carlos Alberto Silva da Luz, Presidente da
Associação dos Assistentes Administrativos da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre – ASAD –, que discorreu sobre a valorização do cargo, criação do Padrão
B e plano de carreira. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os vereadores Jussara Cony, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon e
Mario Fraga manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a vereadora Jussara Cony. Os trabalhos
foram suspensos das quatorze horas e cinquenta e três minutos às quatorze horas
e cinquenta e quatro minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador
João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Sofia
Cavedon, Waldir Canal, Bernardino Vendruscolo e Fernanda Melchionna. Na
ocasião, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Clàudio Janta,
solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia oito ao dia
onze de setembro do corrente. Às
quinze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 028/11 (Processo nº 4030/11), em sua
parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por dezenove votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos vereadores Bernardino
Vendruscolo, Idenir Cecchim e Reginaldo Pujol, tendo votado Não os vereadores
Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton,
Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Mario Fraga, Nereu D’Avila, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção a vereadora Fernanda
Melchionna. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi votado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 201/12 (Processo nº 2663/12), com Veto Total, o qual obteve
onze votos SIM, seis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos
vereadores Bernardino Vendruscolo, Reginaldo Pujol, Alberto Kopttike e Engº
Comassetto, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino
Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Jussara
Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Nereu D’Avila, Paulinho Motorista e
Valter Nagelstein, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Cassio Trogildo,
Delegado Cleiton, João Carlos Nedel, Mario Fraga e Séfora Mota e optado pela
Abstenção o vereador Guilherme Socias Villela, votação essa declarada nula pelo
Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas
e quarenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o
vereador Engº Comassetto. Às dezesseis horas e cinquenta e dois minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador
Mario Fraga, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para
a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mauro Pinheiro e Guilherme Socias Villela e secretariados pelos
vereadores Guilherme Socias Villela e João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Any Ortiz solicita Licença para Tratar de
Interesses Particulares no período de 15 a 26 de setembro de 2014. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
A Tribuna Popular de hoje terá a presença da
Associação dos Assistentes Administrativos da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, que tratará de assunto relativo à valorização do cargo, criação do
padrão B e plano de carreira. O Sr. Carlos Alberto Silva da Luz, Presidente,
está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. CARLOS ALBERTO SILVA DA LUZ: Boa tarde,
Srs. Vereadores; boa tarde, colegas municipários, Assistentes Administrativos;
quero agradecer a participação aqui da Dona Isabel, Presidente da Astec –
Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – e do
Presidente da Assespa, que é a entidade que representa contadores e
administradores. É importante a participação desse outro setor
da categoria neste momento em que os Assistentes Administrativos completam dois
anos de associação e dois anos de luta pela valorização do cargo de Assistente
Administrativo. Hoje, no Município, eles são pouco mais de 1.600 servidores, e
é o quadro mais requerido hoje em todas as Secretarias. Precisamos, sim, de
valorização para esses servidores. No último concurso, dos quase mil servidores
que entraram, aproximadamente a metade já saiu dos quadros da
Administração Municipal, trazendo prejuízos no que diz respeito a treinamento
de servidores que não ficam na Administração pela baixa valorização que hoje
tem esse quadro.
Quero aproveitar para parabenizar esta Casa, que,
no dia 6, completou 241 anos. É uma Casa que tem sido receptiva às demandas e
às discussões, tanto é que, há dois anos, foi nesta Casa que nós fundamos a
associação.
Srs. Vereadores, nós tomamos a liberdade de deixar
em suas mesas um documento que foi encaminhado à Administração no dia 4 de
agosto de 2014. É um documento subscrito por sete entidades representativas do
Município – Procuradores, Assistentes Administrativos, Técnico-Científicos,
Contadores, Administradores, Técnicos em Comunicação, servidores do DEMHAB e do
DMAE. Por incrível que pareça, passado mais de um mês, nem sequer um telefonema
recebemos do Sr. Secretário da Administração.
E o nosso Requerimento é para discutir o quê? É
para discutir a nossa vida funcional, é para discutir o nosso plano de
carreira, e é bom lembrar que o último é de 1988. Já temos uma nova
Constituição, e a Administração Municipal, até agora, não conseguiu discutir
com os servidores, de uma maneira séria, a questão do plano de carreira. Digo
que não consegue discutir de maneira séria por quê? Porque vem sendo feita uma
discussão a portas fechadas, a que nós, que somos os maiores interessados,
temos muito pouco acesso. É bom que se traga essa discussão para esta Casa
Legislativa, porque vai ter um momento em que esse projeto vai ter que vir para
cá. E estas galerias, onde hoje estão os Assistentes Administrativos, certamente
estarão tomadas pelo conjunto da categoria para que essa discussão avance.
Então, é importante que os Srs. Vereadores da base, do Governo e da oposição
vão ao Governo e façam essa discussão vir para cá.
Nós, há um ano, numa discussão com o então Presidente
desta Casa Legislativa, Dr. Thiago, obtivemos uma proposta de criação de um
Grupo de Trabalho, mas isso, lamentavelmente, não vingou. Não vingou, e ainda
não sei por que, porque a gente não teve um retorno. O então Presidente nos
chamou a esta Casa, nós viemos aqui, porque somos um setor que temos procurado
fazer negociação com a Administração Municipal, somos um dos setores que sempre
tem procurado o diálogo. Agora, vai haver um momento – e parece que está
começando a acontecer isso de uma forma muito serena – em que esse diálogo e
essa porta estarão se fechando.
Eu chamo atenção para o fato de que agora, há pouco
tempo, no dia 25 de julho, o Sindicato dos Engenheiros noticiou que, no dia 23
de julho, foi recebido pela Administração Municipal. Então, o Sindicato dos
Engenheiros é recebido pela Administração Municipal! Os Assistentes
Administrativos, os Administradores, os Procuradores e os Contadores não são
recebidos pela Administração Municipal! Acho que está havendo um problema nessa
interlocução. Eu acho que ela tem que ser melhorada, e isso passa não só pelo
Executivo; a interlocução é com o Executivo, mas esta Casa é legislativa, e eu
acho que ela tem um papel fundamental nessa discussão. Então, nós estamos
trazendo essa questão para esta Casa para que ela venha a fazer parte desse
processo de discussão.
A nossa associação fez, dia 4, agora, dois anos. Em
dezembro do ano passado, ou seja, passados oito meses, encaminhamos para a
Administração Municipal um pedido de canal de consignação. O nosso canal é
basicamente para mantermos a nossa associação, para podermos atuar e fazer a
discussão com a nossa categoria. O pagamento que os servidores teriam que fazer
para a associação é de aproximadamente R$ 6,00, valor que, certamente, não
oneraria ninguém. Nós temos mais de 300 sócios inscritos e que nos cobram
seguidamente que não têm conseguido contribuir com a associação, porque não têm
o canal de consignação. Ou seja, oito meses depois de encaminhado o pedido à
Administração, até o momento não temos o canal de consignação! Isso é outro
absurdo. Então, se torna cada vez mais difícil a interlocução com a
Administração quando começam a acontecer essas coisas.
Esperamos que as finanças do Município melhorem no
ano que vem. Nós, servidores públicos e cidadãos, queremos que as finanças do
Município estejam sempre boas para atender às demandas da população, para
atender às demandas da categoria e para se poder ter uma eficiência maior no
atendimento de tantas questões que, para a população, precisam melhorar.
Hoje ficamos sabendo sobre a questão da nota
eletrônica, que não é a final, e a gente sabe que, com isso, vão entrar
recursos para o Município. Então, acho que já é bom pensarmos porque está vindo
para esta Casa a discussão do Orçamento do ano que vem. E nós gostaríamos, sim,
que a nossa demanda, que já vem há dois anos, de valorização dos servidores do
quadro de Assistentes Administrativos, passando do padrão 6 para o padrão 8,
pudesse estar contemplada. Gostaríamos muito e vamos lutar para que isso
aconteça, porque isso é importante para os servidores e é importante para
valorizar e qualificar, cada vez mais, o atendimento à população.
Tem algumas coisas que são muito interessantes. Um
assistente administrativo, hoje, tem um básico, para 40 horas, de R$ 1.706,25.
A gente fica dando uma olhada por aí e vê os concursos que existem hoje. Tem um
concurso aberto, em Caxias do Sul, para motorista, 1º Grau, com um básico de R$
1.707. Se Caxias do Sul consegue pagar um pouco melhor os servidores,
provavelmente Porto Alegre também pode. E Porto Alegre mostra, em alguns casos,
que pode, porque foi aberto um concurso para a Procempa em que o servidor, ou
melhor, o celetista – podemos dizer, de certa maneira, um servidor, sim –, tem
um salário básico inicial, nível de 2º grau, de R$ 3.609,00. Como é que se
consegue pagar R$ 3.609,00 para a Procempa e não se consegue pagar R$ 1.800,00
para um Assistente Administrativo? Por que essa distorção tão grande? E eu não
estou falando aqui das outras vantagens, estou falando só do básico. Só do
básico! Florianópolis abriu um concurso público também. O salário básico para
um agente de fiscalização de serviços, inicial, é de aproximadamente R$ 7 mil.
O que está acontecendo afinal? Será que temos um problema orçamentário tão
grande em Porto Alegre? Eu já cansei de dizer para a Administração que, se
querem saber onde cortar, nós, servidores públicos, que atuamos em todas as
Secretarias, podemos sinalizar vários locais onde pode haver cortes sem haver
prejuízo ao atendimento à população. Atendimento esse que nos preocupa porque
temos um setor que tem 60 Assistentes Administrativos, que é o 156, que passa,
no dia a dia, ouvindo reclamações e retornando reclamações porque o atendimento
não é feito na ponta. Então nós, Assistentes Administrativos, sabemos, sim,
onde é que está o problema.
Eu gostaria fazer uma ressalva sobre uma questão
que diz respeito a agendas que temos pedido. Salientei, agora há pouco, a falta
de agenda, inclusive com o Secretário de Administração; para não dizer que
nunca tivemos, há um ano, quando estivemos nesta Casa Legislativa e fizemos a
mesma reclamação, na mesma tarde, casualmente, fomos recebidos. Parece que não
foi de bom grado e foi o único momento que tivemos um espaço para discutir com
a Administração, o que não evoluiu, e não foi por nossa causa. Não evoluiu
porque a Administração não tinha interesse em fazer uma discussão com os
servidores.
Há dois anos, quando criamos a Associação, pedimos
uma agenda com o Sr. Prefeito para nos apresentarmos, nos aproximarmos da
Administração, para conversar com o gestor principal da Administração
Municipal. Lamentavelmente, passados dois anos, não tivemos qualquer retorno
sobre o pedido de agenda com o Sr. Prefeito. Realmente, de repente, ele é muito
compromissado, mas ele poderia ter passado essa agenda para alguém do seu
gabinete e demonstrado algum interesse para fazer uma interlocução com os
servidores.
Para concluir, quero dizer que nós, servidores, em
especial os Assistentes Administrativos, estamos aqui para fazer o diálogo com
a Administração e queremos, sim, um serviço público melhor e cada vez mais
valorizado. Estamos na luta pela valorização dos Assistentes e pelo Padrão 8,
já! É isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos o Sr. Carlos
Alberto a fazer parte da Mesa.
A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, e, depois,
prossegue em Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu venho a esta
tribuna depois da intervenção e do prazer de receber aqui várias entidades, por
ti representadas, Carlos Alberto, e vou citá-las, porque acho que é importante
ficar registrado nos Anais da Casa: Associação dos Procuradores do Município;
Associação dos Empregados Autárquicos e Pessoal de Obras da Prefeitura
Municipal; Associação dos Servidores do DEMHAB; Associação dos Assistentes
Administrativos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – e aqui, como agente
administrativo da Universidade, eu os cumprimento de uma forma particular, sou
aposentada da UFRGS; Associação dos Administradores Atuários, Contadores,
Economistas e Estatísticos; os Técnicos-Científicos; e também os profissionais
da Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Eu venho a esta tribuna não só em nome da Bancada
do Partido Comunista do Brasil, que é a minha Bancada, em meu nome e do Ver.
João Derly, mas eu venho também como servidora aposentada da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Agente Administrativo, com muita honra, 30 anos
dentro da nossa Universidade. Com muita honra, mesmo, porque lá foi o início da
minha atuação no movimento sindical, nas lutas históricas das décadas de 1960,
1970, 1980 e por aí se vai, porque foram momentos diferenciados da história
deste País. Eu entrei por concurso público, em 1962. Momentos diferenciados e
momentos em que a resistência se dava na luta dos trabalhadores e, ao mesmo
tempo, na busca também contra a ditadura, a partir de um determinado momento, e
na busca da redemocratização do nosso País. Ensinos muito intensos, e eu creio
que tem muitos companheiros, inclusive, aqui presentes, que são oriundos
daquela época, também, na sua luta como servidores municipários.
Eu venho também como Presidente da Frente
Parlamentar em defesa do serviço e do servidor público que, nesta Casa, tem
componentes de todas as Bancadas da Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu tenho
a honra de ter a Ver.ª Sofia Cavedon e a Ver.ª Fernanda Melchionna como duas
companheiras que estão atuando como relatora e Vice-Presidente dessa Frente
Parlamentar. Ela foi presidida no ano passado pelo Ver. João Derly e, este ano,
por mim. É neste sentido, porque esta é uma demanda que nós, Câmara Municipal e
sociedade, temos que estar muito atentos, porque é uma demanda justa. Planos de
cargos, carreiras e salários com a participação dos trabalhadores, aí a
perspectiva de nós irmos ao encontro da qualidade do trabalho e da qualidade
também do ambiente de trabalho e da saúde dos trabalhadores, porque um
trabalhador que não tem um plano de cargos, de carreira e salários, um
trabalhador que não tem condições de trabalho, é adoecido pelo mundo do
trabalho, e, sem dúvida nenhuma, é penalizado. E a sua saúde, em nenhum
momento, não é recomposta, até por um olhar que não há ainda nos gestores, sob
o significado da saúde desses trabalhadores. A qualidade do trabalho para que
possam os trabalhadores e servidores públicos levar políticas públicas de
qualidade, e os trabalhadores têm dito que são políticas de Estado, e não deste
ou daquele Governo, porque os projetos e os governos passam, e nós,
trabalhadores públicos, ficamos e queremos dar conta de políticas públicas,
como, por exemplo, o nosso Sistema Único de Saúde. Somos nós, lá na ponta, que
damos conta disso. É nós que temos a demanda, que temos a reclamação e
sofremos, sob o ponto de vista também da nossa saúde mental, física e
psicológica, por não poder dar o retorno no concurso que fizemos e por querer
trabalhar. Então, é política de Estado, a vida funcional passa por um Plano de
Classificação de Cargos e Salários.
Coloco a Frente Parlamentar a serviço dessa luta. A
amplitude e unidade dos trabalhadores são fundamentais. A importância de vocês
estarem com várias associações altamente representativas das categorias
funcionais e a importância também do Simpa estar junto numa luta dessas. É,
numa luta, sim, com unidade e amplitude, que nós vamos aprender a adquirir os
direitos, amplitude que vocês trazem para que a Câmara Municipal seja partícipe
desse processo. E, sem dúvida nenhuma, a Câmara Municipal vai ser, pela Mesa,
pelas Bancadas e pela Frente Parlamentar, que já estou colocando à disposição.
Sou farmacêutica, mas continuei na universidade na
área administrativa, fiz a área de medicamentos e controle de qualidade. Nós,
trabalhadores, com Plano de Classificação de Cargos e Salários, somos o
controle de qualidade mais alto das políticas públicas de um Município que tem
que transpassar governos. Aliás, nós devemos ser muito mais chamados para essa
atuação e para participar do processo de construção dos nossos planos de
carreira, porque ninguém é melhor do que nós, trabalhadores, para, inclusive,
ajudar na gestão. Uma gestão que quer ter qualidade deve absorver os seus
trabalhadores. Somos diretoras do Grupo Hospitalar Conceição, 96% dos cargos de
direção, quando entramos para lá, eram dos trabalhadores do GHC, porque isso
era estratégico para que, inclusive, pudéssemos avaliar, junto com eles, o tipo
de gestão e os caminhos de gestão de uma política importante como o Sistema
Único de Saúde.
Vocês estão aqui não apenas pela questão salarial,
também estão... Um plano de carreira, além da questão salarial, é a nossa
carreira, ele nos permite formação e capacitação para atuar. E aí vai permitir
a eficácia e a eficiência, no setor público, das políticas públicas, que a
população espera de nós. Então, vocês são muito bem-vindos hoje aqui, porque
envolve esta Câmara Municipal no sentido de que possamos efetivamente
participar nessa relação com o Município para que vocês sejam ouvidos, para
qualquer plano de trabalho, para qualquer comissão através de suas entidades,
que seja feita, montada na Prefeitura e que não termine em duas ou três
semanas, não! Que ela tenha continuidade absorvendo a luta, a participação dos
trabalhadores.
Em nome, então, da minha Bancada, o PCdoB, como
Presidente da Frente Parlamentar, como servidora pública administrativa
aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, oriunda do movimento
sindical, trago tudo isso, e quando chega uma demanda como essa, somos iguais,
e isso é importante, porque sabemos pelo que passamos para conquistar os nossos
planos de cargos, de carreira e de salário na Universidade e em outros lugares.
Parabéns e obrigada pela presença de vocês. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO: Quero saudar aqui o Sr. Carlos Alberto Silva da Luz, e fazer um pequeno
adendo à fala dele: é Ver. Dr. Thiago – ele falou “Goulart”. E quero dizer que
esta Câmara, ano passado, teve muita honra em receber os Assistentes
Administrativos, no dia 14 de outubro, na mesma Tribuna Popular, falando sobre
a mesma questão. E, no dia 17 de dezembro, esta Presidência também teve a honra
de receber os colegas Assistentes Administrativos. Eu e o Ver. Bernardino
Vendruscolo, Vice-Presidente, recebemos as lideranças. Quero só dizer que, da
minha parte e da do Ver. Bernardino, ratificamos o que dissemos aqui, tenho
certeza. (Exibe documento.): “O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Dr. Thiago, recebeu na tarde desta terça-feira, 17 de dezembro, no Salão
Nobre Dilamar Machado, a Associação de Assistentes Administrativos. O objetivo
da reunião é criar um grupo de trabalho para discutir o reenquadramento
funcional da categoria e de seus salários [essencial, fundamental]. A
presidência da Câmara pretende encaminhar, ainda esta semana, [o que
encaminhou] um requerimento para todas as bancadas sobre o início dos trabalhos
do GT [e para o Executivo, para se fazer presente nesse Grupo de Trabalho, o
que não se obteve resposta].” Isso foi no dia 17 de dezembro. Quero dizer que a
nossa posição e a nossa postura continuam ao lado de vocês, de pé nesse
diapasão – minha e do Ver. Bernardino. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, eu queria, em nome do nosso Partido –
em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas –, cumprimentar o Carlos Alberto Silva da Luz, Presidente da Associação dos
Assistentes Administrativos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como
cumprimentar as outras entidades que estão presentes, sobretudo os trabalhadores
que buscam uma luta justa por valorização salarial, por um plano de carreira e
pela mudança do padrão. Nós já conhecemos essa luta, pois já faz mais de dois
anos que os trabalhadores vêm lutando por essa causa. E está aqui, entre nós, o
Gilberto, do Cores; o Mário Fernando, que era da antiga gestão do Simpa e
lutador da categoria; o Luciano, entre tantos outros companheiros que estão há
mais de dois anos nessa luta justa, necessária e legítima. Porque uma
Prefeitura que tem R$ 100 milhões para pagar, num verdadeiro cabide de
empregos, que são os cargos em comissão, não pode dizer que não tem recursos
para garantir um salário básico decente, um plano de carreira que respeite os
trabalhadores e que, ao mesmo tempo, permita elevação do padrão para garantir dignidade
para aqueles que têm complexificado o seu trabalho, a partir da introdução da
tecnologia, e que não tem o reconhecimento devido da Prefeitura, o que também
atinge os nossos serviços públicos. Agora, o que me chamou mais atenção,
Carlos, é a gravidade da situação, de nós termos uma Prefeitura incapaz de
responder a um ofício que foi assinado por oito entidades – nesse caso, o
ofício foi para a Secretaria Municipal de Administração – e fazer aquilo que é
o mínimo, que é receber os trabalhadores, ouvir as demandas e garantir que haja
um processo de negociação. Eu acho que mostra uma postura autoritária e
desrespeitosa dessa Administração para com os trabalhadores – Assistentes
Administrativos – e, ao mesmo tempo, é um desrespeito a qualquer preceito democrático.
Seja o Prefeito Fortunati ou os outros Secretários, eles teriam obrigação de
receber a Associação. Então eu acho que é um bom encaminhamento. E já faço a
sugestão para a nossa Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Municipais e dos Servidores
Públicos de Qualidade, para que a gente possa requisitar, junto com a Câmara de
Vereadores, uma audiência imediata do Prefeito com a Associação, que é o mínimo
que essa Prefeitura tem que fazer, que é garantir que haja esse canal de
diálogo. Eu vejo – e concluo por aqui – que os trabalhadores buscam diálogo,
quem está sendo intransigente é a Prefeitura. E nós sabemos que a
categoria de vocês é fundamental para todos os serviços públicos. Então, contem
com o PSOL nesta luta. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Sr. Carlos da Luz,
cumprimentando V. Exa., cumprimento as demais entidades e os colegas
municipários e municipárias aqui presentes. Certamente, fortalecemos a
reivindicação de vocês. Mais uma vez, temos uma consultoria contratada pela
Prefeitura, como tivemos inúmeras nesses últimos dez anos, com milhões de reais
gastos em consultorias técnicas, e não vemos resultados; pelo contrário, a
Prefeitura de Porto Alegre está no vermelho, com uma gestão temerária. Não
conserta as questões fundamentais, que consideramos que desvirtuaram o nosso
equilíbrio econômico, como a exacerbada criação de novos cargos comissionados,
assim como gratificações para os mais altos salários, que penalizam o conjunto
da categoria.
Este ano, a categoria só não teve parcelada a
reposição da inflação – enquanto que a maioria das categorias teve aumento
acima da inflação, como o salário mínimo –, pela luta dos municipários, com a
greve heroica de duas semanas. E, agora, vem a notícia de que vocês não têm
participação no trabalho que a empresa Quântica RH está fazendo, o que, mais
uma vez, é um acinte, uma violência contra os municipários. Por quê? Porque
sabemos que um trabalho que mexe na carreira, que mexe na organização, nas
condições de trabalho e nas perspectivas de trabalho dos funcionários, sem a
participação dos funcionários, está fadado ao fracasso, ao insucesso. Vai ser
engavetado, e, portanto, a categoria vai ser mais uma vez engambelada na sua
demanda por plano de carreira.
A nossa Casa precisa exigir que a Prefeitura receba
o conjunto das associações – e eu sugiro que seja junto com o Simpa, porque é
muito ruim separarmos as lutas e porque fortalece o Simpa –, para que a empresa
trabalhe dialogando, já desde o início, com as categorias e as suas
representações, porque, senão, mais uma vez, o Governo vai deixar de fazer o
que é essencial, que é valorizar a carreira, para favorecer o clientelismo, com
os chamados penduricalhos. Então, quero parabenizá-los pela luta, pela
unificação da luta das associações. Estamos perfilados neste caminho, porque
municipário valorizado no conjunto é que resulta num serviço público de
qualidade. Parabéns. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Fraga está com a palavra, nos termos
do artigo 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. MARIO
FRAGA: Carlos Alberto, seja bem-vindo à Casa; demais colegas, Assistentes
Administrativos, dou parabéns pela luta de V. Sas. e apoio com certeza A luta
de todos vocês por melhores salários sempre. Queria só me colocar à disposição
para ver se V. Sas. já entregaram esse ofício, que aqui foi recebido no dia 4
de agosto, pois eu queria ver se o Secretário deu alguma notícia, e, caso
contrário, eu me comprometo a conseguir essa audiência. E também, no meio do
ofício, aqui fala que vocês querem uma representação diferenciada. Eu acho que
a Ver.ª Sofia falou certo: o Simpa, estando junto, já está representando vocês,
os Assistentes Administrativos.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. MARIO
FRAGA: Vocês não? Está bem! Então, está ótimo, vocês não se sentem
representados pelo Simpa! Sem problema, para mim, não tem problema. Presidente
Carlos Alberto, só queria me colocar à disposição, eu tentei falar com o
Secretário nesse momento, não consegui, mas, no mínimo, eu me coloco aqui à
disposição, dizendo a todos os Vereadores e Vereadoras que a audiência com o
Secretário de Administração nós conseguiremos. Esse é o meu compromisso aqui.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MAURO
PINHEIRO (Presidente): Recebi aqui a informação da assessoria do
Presidente da Casa, do Ver. Professor Garcia, de que, por motivos particulares
não está presente hoje, a Presidência da Casa recebeu a Asad, Associação dos
Assistentes Administrativos, e encaminhou o pedido para a Secretaria Municipal
de Administração no dia 28 de agosto, para que atendesse o ofício da Asad, mas
também não tivemos retorno até o momento.
Agradecemos a presença de todos, principalmente dos
Assistentes Administrativos, contem com esta Casa, no que for possível, para
que o Executivo no mínimo atenda vocês para dar uma resposta dos pedidos de
vocês. Contem conosco. Muito obrigado. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h54min): Estão reabertos os trabalhos.
Informo que a Associação dos Assistentes Administrativos da Prefeitura, que
utilizou a Tribuna Popular, convida todos os Vereadores para a solenidade de
posse da nova Diretoria, que se realizará agora no Plenário Ana Terra.
Passamos ao
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há
pouco, ouvi a Ver.ª Sofia Cavedon falar da Prefeitura, mas ela não enfocou o
problema pelo lado certo, ela enfocou o problema pelo lado da despesa e tinha
que enfocar o problema pelo lado da receita. Porque, quando nós sabemos que as
dificuldades financeiras da Prefeitura advêm da impossibilidade de lançar o
IPTU sobre o levantamento aerofotogramétrico, que vai dar uma receita bem
interessante, pela impossibilidade também da implantação da nota fiscal
eletrônica – e, por casualidade, na data de hoje, surge a informação de que ela
finalmente será implantada –, sabemos que isso nos dá um prejuízo mensal de R$
12 milhões. Mas esperamos que isso agora comece a ser recuperado. Então, Ver.ª
Sofia, não é questão de despesa, mas de dificuldade de receita, e V. Exa. bem
sabe o porquê.
Eu queria falar sobre alguns aspectos que incomodam
a nossa Cidade. Por exemplo, Ver.ª Mônica Leal – V. Exa. que tem um trabalho
sobre pichações –, às vezes a gente sente vergonha da nossa Capital por ver
prédios públicos, particulares, instituições e igrejas pichadas. É uma vergonha
o vandalismo que existe em nossa Cidade! Eu não entendo: uma cidade, Capital de
um Estado que dizem ser o mais politizado, o mais educado do País, ter essa
vergonha dessa pichação. Nós vamos a Gramado, Canela e não vemos isso, vamos a
outras cidades e também não vemos isso. Por que aqui em Porto Alegre existe
esse vandalismo? E também, além dos prédios, vandalizam as árvores. Ora, meu
Deus do céu! Plantam-se árvores; as pessoas vão lá e as arrancam. É puro
vandalismo. Plantam-se flores; as pessoas vão lá e arrancam ou pisoteiam.
Então, Ver.ª Lourdes, eu fico extremamente preocupado. Não sei se é a nossa
população, se é parte dela, se é falta de uma legislação mais drástica, mas
nossa Cidade não está bem.
Eu quero falar também de um outro problema de nossa
Cidade que vem se arrastando há longo tempo e não está sendo resolvido, que é o
problema das placas denominativas dos nossos logradouros, as placas de rua,
como dizem. Há realmente uma falta dessas placas, sei lá, faltam
aproximadamente 30, 40 mil placas em Porto Alegre. Há um grupo de trabalho,
inicialmente só para placas de rua, aí incluíram outros equipamentos públicos –
a solução se arrasta. É o problema das bancas de jornal, das bancas de
chaveiros, das paradas de ônibus, inclui tudo e não se resolvem as placas de
rua.
A Sra. Mônica
Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, quero
parabenizá-lo por sua fala e registrar aqui essa situação de Porto Alegre
pichada, os monumentos, prédios públicos e privados. Não podemos jamais deixar
de nos indignar com isso. Realmente, esse é o sentimento de quando olhamos um
bem, um patrimônio público pichado, destruído; é a nossa história, é a nossa
memória que é roubada. Quero, em nome da Bancada, dos Vereadores Villela,
Kevin, e em meu nome, cumprimentá-lo por esta manifestação em boa hora e dizer
que, quando Vereadora, no meu primeiro mandato, indiquei ao Executivo a criação
do Disque Pichação, através do telefone 153, para denúncias, como por exemplo,
quando um vizinho ou alguém vir que isso está ocorrendo. Parabéns! É um
pronunciamento extremamente importante para a manutenção da nossa história que
o senhor faz hoje. Obrigada.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Mônica. Nós temos que realmente testar o 153, ver se está
funcionando bem, pois soube que as pessoas ligam dizendo que está ocorrendo uma
pichação, e o pessoal chega após uma, duas horas, quando os pichadores já foram
embora. Então é um problema sério. Acho que o Ver. Reginaldo Pujol pode nos dar
uma informação: há deficiência na nossa legislação, Vereador?
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, acho que a nossa legislação até é boa, mas existe uma má
execução da nossa lei. Mas, sobretudo, quero ressaltar, nesta hora, a atitude
de V. Exa., de assumir a vanguarda na busca do enfrentamento adequado deste problema,
cujos resultados estão aí a nos indicar a necessidade de eles serem
efetivamente enfrentados como quem não pode mais aceitar que as pessoas subam
nos prédios e pichem – façam o que estão fazendo. Esse País está na crise da
impunidade. As leis existem, mas não têm efeito prático. Então quando tem
alguém destemido como V. Exa., que assume uma cruzada como estás assumindo, num
momento em que todos se acovardam e não tomam posição, nos sentimos
absolutamente comprometidos com a ideia de virmos à tribuna, cumprimentar Vossa
Excelência e pedir que nos inclua entre aqueles que vão lhe seguir, emprestar
apoio, e, sobretudo, somar, no sentido de que essas coisas possam ser melhor
equacionadas do que são nos dias de hoje. Não falta lei; falta atitude! E atitude
não faltou a Vossa Excelência, que a tomou da tribuna.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Assim, efetivamente, nós temos que
revisar talvez a legislação sobre pichação e também educar, incentivar a
população a cuidar da nossa Cidade. Nós temos tantas dificuldades, por que
criamos mais essas?
Eu falava também, Ver. Pujol, da necessidade das
placas de ruas. Todos sabem que eu costumo denominar os logradouros de Porto
Alegre. Em todas as ruas que eu denomino, eu coloco as placas. Tenho uma equipe
que coloca as placas, tenho um carro adaptado, tenho escada, tenho material
para colocar as placas nas ruas. Todas as ruas que denomino têm as placas.
Nós precisamos definir logo um modelo. Existem
várias possibilidades. Nós temos leis que autorizam propaganda nas placas, ou
seja, empresas privadas podem financiar a colocação das placas e fazer a sua
propaganda, adequada, evidentemente.
Na esteira da necessidade das placas de ruas, nós
temos também a necessidade de numeração dos prédios existentes em Porto Alegre.
Existe, Ver. Mario Manfro, uma lei do Ver. Elói Guimarães há mais de dez anos.
Ela diz como é que tem que ser a numeração das casas, o tipo de número, o
tamanho, o contraste com a parede, todos os detalhes estão na lei. Mas, tristemente,
as casas, na sua grande maioria, não têm número; quando têm, são números que
não são visíveis, não têm visualização adequada. É uma vergonha!. Se a parede é
branca, normalmente o número é de aço inox, ou seja, branco também, não tem
contraste, não tem visualização – para procurar um número é uma dificuldade. Os
taxistas reclamam para mim seguidamente, porque não encontram as casas,
especialmente à noite, porque, quando tem numeração, está escondido. Nós
poderíamos usar o bom senso. Ainda, sábado, eu estava trabalhando pela Cidade e
encontrei um buraco muito grande na Travessa Angustura. Eu não sabia como dizer
qual era o endereço, para que fossem lá eliminar aquele buraco. Vejam que
dificuldade o Vereador tem; imaginem os outros.
A Sra. Lourdes
Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos
Nedel, é muito importante as suas colocações sobre cidades. Nós que viajamos,
mesmo antes de estarmos aqui cumprindo mandato, observamos as cidades bem
cuidadas. O senhor citou muito bem as cidades de Gramado, Canela, onde a
população se educou para receber o turismo. Mas eu também quero complementar
suas colocações sobre Porto Alegre. Nós temos um festival de paradas de ônibus;
agora, na Copa, colocaram umas paradas de ônibus que são umas latas em cima,
tipo zinco, e quatro canos de ferro, que são uma vergonha, porque, às vezes, a
pessoa constrói a sua casa, faz um bom jardim e tem uma parada que não protege,
nem do sol, nem da chuva, porque não tem curvatura. E outras amarelas, bonitas,
em alguns pontos têm iluminação, noutros pontos elas estão sem banco. Então,
uns são privilegiados; outros não. Depois, ainda ficaram umas sobras de paradas
de ônibus, em torno de 50 centímetros. Então, é um absurdo, a nossa Cidade,
capital do Estado, deveria ser mais bem cuidada essa parte urbanística, essa
parte de visualização, até para atrair mais turismo. Parabéns pela sua posição
hoje.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: A senhora tem toda a razão. É justamente o que eu estava falando: a
necessidade de padronizar. Realmente, nós temos paradas de ônibus que são uma
vergonha, mas também temos pessoas que não cuidam, que as picham. Há paradas de
ônibus que são cheias de cartazes de propaganda disso e daquilo, o que também é
uma vergonha.
Então, realmente, senhoras e senhores, precisamos
cuidar muito melhor da nossa Cidade: evitar as pichações, colocar as placas de
rua, colocar a numeração de ruas, cuidar das paradas de ônibus, que, realmente,
estão necessitando de cuidados em Porto Alegre.
Sr. Presidente, muito obrigado pelo tempo e grato
pela atenção dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; público
que acompanha a nossa Sessão; cumprimento a Cooperativa Marcos Klassmann pelo
esforço que faz para ser vista, respeitada e ter uma mediação política e
técnica que só a Prefeitura de Porto Alegre pode dar, uma cooperativa já
organizada há um ano e meio e que quer comprar a área onde está. Eu espero que
a responsabilidade da Prefeitura não permita o despejo e construa alternativas.
Pela
Liderança do PT, quero falar de algo muito importante para todos nós, pelo qual
temos que ter muito orgulho. Todos nós temos que ter muito orgulho do resultado
da última avaliação do IDEB, do ano de 2013, que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica brasileira, que faz provas
no 4º ano e no 8º ano do Ensino Médio no Brasil inteiro. A Rede Estadual de
Ensino do Rio Grande do Sul recupera a sua posição de ponta no ranking da educação brasileira. Passa da
11ª colocação para a 2ª colocação no Brasil. E vou repetir: a Rede Estadual de
Ensino, no quesito “desempenho dos alunos”, altera a sua posição no ano de 2013
de 11º para 2º lugar no Brasil. Em todos os níveis, as notas das crianças – e
nós não gostamos dessa classificação só das notas; outras dimensões são
importantes – aumentam, melhoram de 2011 para 2013, que foi o período
verificado.
Mas eu quero chamar atenção do Ensino Médio, porque
acho que é um nível de ensino que mais foi polemizado. As discussões e os
combates de direita e pela esquerda diziam que o ensino politécnico, que o
Governo do Estado estava fazendo, estava tirando o Português, a Matemática,
estava diminuindo a qualidade da educação e os alunos sendo encaminhados para o
mundo do trabalho. Essa crítica era uma crítica que nós dizíamos que era
inconsistente, que era incorreta; hoje temos que fazer a sua reflexão. Hoje
temos que fazer a mea-culpa e analisar com mais atenção os dados.
Eu tenho aqui os dados do Ensino Médio regular do
Rio Grande do Sul, que, em 2005, conforme o IDEB, a média da nota dos alunos
era 62; em 2007, 64; em 2009, 65; em 2013, nós chegamos à marca de 73.5 de
notas, de desempenho dos nossos alunos do Ensino Médio, pulando para a 2ª
colocação no Brasil, atrás apenas de Goiás e empatados com São Paulo. Nós
estamos no 2º lugar no Brasil, e seguindo o projeto político-pedagógico que
está em curso, tenho certeza de que seremos o 1º lugar, porque, pela primeira
vez, os nossos alunos e as nossas alunas são pesquisadores do conhecimento, são
construtores do conhecimento. Os professores estão trabalhando de forma
integrada. Os professores das áreas do conhecimento não estão trabalhando
somente a sua disciplina, na sua janelinha, estão trabalhando juntos numa área
mais aberta, mais integrada para que os alunos utilizem o conhecimento para
entender o mundo, para expressar sua opinião, para utilizar esse conhecimento e
não esquecê-lo mais, porque ele não o decorou simplesmente, ele se apropriou e
o aplicou na vida real. E um conhecimento integrado entre História e Geografia,
Física e Química, e a realidade da vida, da sua vida, dos seus desafios,
através do seminário integrado. Diziam: “Esses alunos ficam sem fazer nada”. E
eu, algumas vez, vim a esta tribuna e contei sobre os projetos que os alunos
desenvolveram, por exemplo, eles analisaram a academia e o uso de
anabolizantes. Já falei para vocês de projetos de meio ambiente, de vários
projetos aos quais pude assistir. E, hoje, o IDEB demonstra que os nossos
alunos têm muito mais conhecimento, muito mais condição de responder a testes,
muito mais sabedoria no sentido de que o conhecimento não é algo vago, repetido
e sem sentido, mas é aplicado. Então, é uma vitória de professores e de alunos;
é uma vitória da comunidade gaúcha; é uma vitória de quem acreditou, de quem
apostou. Sr. Presidente, Ver. Mauro, nós, o Partido dos Trabalhadores, temos
orgulho de liderar, neste Estado, com outros partidos, algo que tem uma base
fundamental, além da integração das áreas, além da pesquisa, que aposta no
professor e na professora como pesquisadores, como estudiosos, como
intelectuais.
A retomada dos seminários internacionais, a
parceria com todas as universidades do Estado do Rio Grande do Sul para formar
professores, a formação permanente, a entrada no pacto pelo Ensino Médio
resultaram nesse lindo lugar na educação do Estado do Rio Grande do Sul aqui,
diante do Brasil e diante do mundo. E o investimento, sim, no professor, porque
50% de aumento real, nesses quatro anos, é valorizá-lo; realizar dois concursos
é valorizar o professor, a promoção na carreira é valorizar os trabalhadores.
Eu concluo, Ver. Mauro Pinheiro – sei que falo no
nosso nome –, falando do orgulho que temos da resposta que a Rede Estadual de
Ensino dá, que os alunos dão, provando que os alunos de classe média popular
são inteligentes. Basta a escola, de fato, se atualizar, a escola realmente ser
um lugar de construção de conhecimento, um lugar vivo, um lugar não obsoleto de
repetição, de reprodução do que já está pronto, de cartilhas, de conhecimentos
pensados pelos outros.
Eu quero, nesta fala, portanto, parabenizar as
comunidades escolares gaúchas pelo desempenho. Eu vinha escutando, na rádio, o
depoimento dos professores e dos diretores das escolas com as melhores notas,
falando em planejamento, falando do pacto do Ensino Médio, da extensão do
turno, porque o Programa Mais Educação está permitindo um turno cada vez maior
para os alunos nas escolas. Tudo isso resultou no excelente resultado dos
nossos alunos e das nossas alunas. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna
falar a respeito do relatório final da Comissão Especial criada nesta Casa para
tratar, analisar e propor medidas para a sinalização viária e para a
identificação dos logradouros públicos do Município de Porto Alegre. Essa
Comissão Especial foi presidida pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, e eu tive a
honra de ser o seu Relator. Esse relatório já faz algum tempo que está
disponível, e subo a esta tribuna, neste momento, após a nossa assessoria
finalizar esse trabalho.
Eu gostaria de fazer um breve relato sobre a
realização dessa Comissão Especial, quando nós tivemos, aqui, a presença de
representantes do Município, representantes dos taxistas também para falar
sobre a necessidade que eles têm sobre a questão do mobiliário urbano. Também
recebemos várias pessoas da comunidade e aqueles que compõem a Comissão formada
pelo Governo Municipal para tratar desse assunto e sobre a licitação do
mobiliário urbano. São vários equipamentos que compõem o mobiliário urbano, mas
o que mais se destaca, o que mais nós sentimos a necessidade, a premência, são
as placas de sinalização do Município de Porto Alegre. Essas placas têm um
déficit muito grande: mais de 60 mil placas estão faltando no nosso Município.
Ao longo dessa Comissão, pudemos constatar que
existem algumas mudanças que precisam ser feitas, desde ordem legislativa, já
que há muitas leis tratando do mesmo assunto.
Eu quero tornar pública a conclusão da nossa
Comissão, inclusive sobre essa questão de leis que tratam do que se coloca na
placa; segundo esta Comissão, isso encarece por demais o preço. E esse, talvez,
seja um dos embaraços para a conclusão dessa licitação. Esses argumentos não
aliviam em nada a responsabilidade da Prefeitura, porque é um problema que está
há muito tempo na Cidade. Existe uma defasagem que está aí há muito tempo, a
Cidade não está sinalizada. Nós falamos também sobre as paradas de ônibus,
sobre as bancas de chaveiro, sobre as bancas de jornais, sobre os outdoors com patrocínios da Prefeitura.
É uma gama muito grande de mobiliários que nós estamos vendo que está faltando
na Cidade. Nós buscamos exemplos em outras cidades, como São Paulo e Rio de
Janeiro, que resolveram os seus problemas. Por que Porto Alegre não consegue
resolver os seus problemas, também, dessa forma?
Então concluímos e recomendamos que seja feita uma
separação dessa licitação, relativamente àquilo que é mais urgente, àquilo que
a população mais necessita, porque tudo é urgente ali. Do jeito que está sendo
conduzido, pela nossa ótica, há necessidade de dividir essa licitação e de
partir, imediatamente, para a conclusão. O relatório está disponível para
aqueles que quiserem tomar conhecimento. Algumas pessoas nos perguntaram: “Qual
é a conclusão objetiva da Comissão?” Pela competência e pelo trabalho
desenvolvido – competência que eu digo é o limite de atuação da Comissão –, nós
fizemos recomendações ao Executivo; apontamos os problemas, apontamos os erros
e fizemos recomendações para que conclua, para que faça o necessário, a fim de
que a demanda da comunidade que tem sido trazida a esta Casa seja satisfeita.
Então, seria licitar o mobiliário urbano por
móveis, equipamentos, campanha publicitária de educação e preservação do
mobiliário urbano, publicidade e elementos do mobiliário urbano, a cobrança
administrativa judicial dos danos causados ao mobiliário urbano e a remessa dos
autos às instâncias competentes. Quer dizer, nós recomendamos que este
relatório fosse encaminhado para outros órgãos, para que eles também nos
ajudassem a fiscalizar e a cobrar a realização, principalmente, desta
licitação.
Então, eu quero parabenizar aqui os Vereadores que
participaram, que colaboraram, também o Ver. Bernardino Vendruscolo, Presidente
da Comissão. A sensação que nós temos é de que precisa urgentemente desatar
esse nó, porque só nesta Legislatura faz dois anos que está sendo cobrada – só
nesta Legislatura! –, e a coisa não anda. A licitação não anda, sempre tem um
embaraço, sempre tem uma desculpa, sempre tem um problema. Quer dizer, em nada
resolve essas justificativas, porque o povo quer ver resolvido esse problema da
sinalização e do mobiliário urbano na nossa Cidade. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; localizem o Ver.
Nedel, porque eu fiquei preocupado com o esquecimento do Ver. Nedel em citar o
meu nome aqui, quando falou de placas de ruas em Porto Alegre. Por quê? Não que
eu seja melhor que ninguém, mas demoramos dois anos e meio – se conseguimos,
foi com o apoio dos colegas – para a criação da comissão que debateu as
questões de falta de placas de ruas em Porto Alegre, da qual V. Exa. também
participou.
Agora, nós temos que ser muito claros aqui – e o
representante do Executivo aqui se encontra, o Dr. Gil Almeida, sempre folgo em
citar seu nome, dado a sua presteza, gentileza e capacidade: é impossível
aceitarmos, Ver. Canal, e V. Exa. bem colocou aqui, a ideia de querer resolver
todos os problemas da Cidade numa única licitação. Aí acerta a casinha do
chaveiro, a casinha que vende revistas, a parada de ônibus. Todos nós, políticos do Brasil inteiro, estamos sofrendo um processo
crítico tremendo! Vamos trabalhar com a simplicidade para não suscitar dúvidas!
Faça-se a licitação para as placas de ruas! Faça-se a licitação para as paradas
de ônibus, para os chaveiros, para as bancas de revista! Para que fazer uma
licitação gigante, e ficarmos anos e anos discutindo isso? Pela complexidade do
assunto, um ou outro que vai participar da licitação vai entrar na Justiça e
vai embaralhar tudo de novo. É na mesma linha que V. Exa. falou aqui, das
questões da Nota Fiscal Eletrônica, que já poderia estar implantada em Porto
Alegre. Vamos trabalhar com simplicidade, de maneira que facilite a
fiscalização dos Vereadores, da sociedade; não vamos fazer coisas complexas, que
suscitam dúvidas! Por exemplo, vamos resolver por bairros; aquele modus operandi que não é adequado para
um vai ser adequado para outro bairro. Não precisa fazer muitas e infinitas
reuniões para acertar a questão da falta de placas de ruas em Porto Alegre.
Entra ano e sai ano, temos dificuldade de explicar para a sociedade: “Olha,
estão licitando”, “Olha, deu um problema na licitação”, aquele negócio todo.
Quem tem o comando do Município, se não tem a capacidade de enxergar, tem que
ouvir os Vereadores, que estão andando pela Cidade e representam os anseios da
sociedade.
Logo a seguir,
enfrentaremos dois vetos. Coincidentemente, dizem respeito a projetos de minha
autoria. Um veto total sobre a situação da participação dos advogados nas
JARIs, e eu acho que é um grande equívoco do Executivo vetar esse projeto, isso
me dá o sinal de que não quer me dar o mérito, mas vai encaminhar um decreto
para contemplar a minha proposta. Mas não há problema nenhum; desde que a
sociedade seja atendida, nós vamos ficar felizes, mas não dá para deixar de
registrar. O outro é um veto parcial a um projeto também de minha autoria. E
quero elogiar aqui o Jacques, que representa a Secretaria da Fazenda. Nós
estamos reduzindo o ISS dos prestadores de serviços, das locações de mão de
obra, de empresa que faz serviço temporário, com um compromisso, Prefeito
Villela, o de, em dezembro de 2016, fazermos uma avaliação, e, se houve aumento
na receita, manter; se não houve aumento, volta àquilo que estava.
E, em relação aos méritos, não é só esse senhor que
trabalhou, aqui estão os demais, que apoiaram, mas o Jacques, que representa a
Fazenda, chegou a uma proposta de consenso. Nós fizemos infinitas reuniões,
várias, eu não saberia agora dizer quantas, fora e na Prefeitura, e chegamos a
esse resultado. Isso, sim, é um resultado positivo. Muito obrigado, Jacques.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registro a presença da Cooperativa Habitacional
Marcos Klassmann. Sejam todos bem-vindos.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Mauro Pinheiro, era exatamente sobre este tema
que eu gostaria de falar. Porto Alegre e o Estado do Rio Grande do Sul vivem um
grave problema de acesso à moradia. Uma das principais conquistas da
Constituição de 1988 é o entendimento da moradia como parte dos direitos
humanos fundamentais e também o entendimento de que a propriedade tem que
cumprir uma função social e de que, caso isso não cumpra, está sujeita, sim, à
desapropriação. Pois bem, a Câmara recebe, na tarde de hoje, a Cooperativa e a
população da comunidade Marcos Klassmann, que vem reivindicar seus direitos
junto à Câmara de Vereadores e, sobretudo, reivindicar que a Câmara de
Vereadores também se posicione sobre o problema grave que ocorre hoje na cidade
de Porto Alegre. No caso da ocupação Marcos Klassmann, há 40 anos o terreno
estava abandonado. Há 40 anos um terreno estava absolutamente sem cumprir
nenhuma função social, absolutamente sem responder às necessidades mais
imediatas, que são as necessidades, sobretudo, de morar. E a comunidade se
organizou, se mobilizou, ocupou. A comunidade, que está há dois anos e um mês
na Marcos Klassmann, inclusive, fez uma cooperativa visando a comprar o
terreno. Falei com a Vice-Presidente, a Cristina, que está
aqui conosco, que falava deste processo de mobilização e organização de uma
cooperativa com o fim de adquirir esse terreno, buscando, a partir da sua
formalização, a própria compra das áreas, portanto, a luta pela regularização
da área. Inclusive, em reuniões com a própria Prefeitura, isso foi apontado
como uma alternativa para a comunidade Marcos Klassmann. Qual foi a nossa
surpresa ao saber que não existe nenhuma política do Governo em garantir que,
de fato, ocorra essa luta e desapropriação e que essa formalização da
cooperativa possa vir a ser a dona da área? Ao contrário, existe uma ordem de
reintegração de posse já expedida, mas sem data de execução, numa Cidade que
tem 27 ocupações urbanas e que vive gravemente os problemas da falta de uma
política habitacional concreta que consiga resolver a demanda de moradia em
Porto Alegre. São 54 mil inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida e menos
de 3 mil casas entregues. São cerca de 40 mil pessoas que não têm condições de
morar e que oscilam entre áreas de risco, entre moradias precárias e entre a
necessária luta por ocupar terrenos ociosos para garantir com que os governos
olhem para o problema social, que é responsabilidade de muitos governos, é
verdade, mas que só se resolve com a luta organizada do povo e com o apoio
daqueles que sabem que moradia é direito básico, direito essencial, direito
primeiro para a pessoa ter um endereço e ter dignidade na vida no que diz
respeito ao acesso aos equipamentos básicos, mas, sobretudo, para poder exercer
uma vida que garanta os direitos humanos fundamentais.
Nós não podemos
silenciar ao ver esta situação de negligência, de omissão. Hoje houve uma
mobilização e uma reunião em que o Governo encaminhou que haveria as desapropriações
dos terrenos. Mas foi necessário que existisse uma mobilização na Av. Mauá e na
Julio de Castilhos para que o Vice-Prefeito receba as comunidades. É necessário
que o povo tenha que se mobilizar, fazer passeatas para que os governos façam
aquilo que é o mínimo numa Prefeitura em que sobra dinheiro para os cargos em
comissão, para terceirização, para comprar publicidade na televisão, com
propagandas verdadeiramente milionárias, enquanto os problemas sociais se
agravam?
Para vocês terem uma
ideia, a política habitacional, no ano passado, teve R$ 42 milhões destinados
ao DEMHAB. Para nós, parece muito dinheiro, mas, em termos de R$ 4 bilhões de
Orçamento e de R$ 50 milhões que foram roubados na Procempa, com direito a
dinheiro voando pela janela, enquanto as pessoas não têm onde morar, é
inadmissível! Inadmissível que sejam ninharias para o povo e muito dinheiro
para o cabide de emprego, para a corrupção, para a terceirização, para
propagandas infrutíferas, enquanto as pessoas têm que lutar para o direito mais
básico que é o direito à moradia.
Então, eu quero
encaminhar para que haja, Presidente Mauro Pinheiro, uma posição desta Câmara
no sentido de garantir que a cooperativa possa adquirir a área, como já foi
fruto de negociação em Comissões e fruto de negociações com o Governo
Municipal, que agora se faz de louco e não cumpre aquilo que acordou com a
própria população. E que, por outro lado, apoiemos a luta legítima necessária,
a luta do povo que busca um direito fundamental, o direito à moradia. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João
Derly está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Clàudio
Janta solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 8 a
11 de setembro. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de
Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Comunico que o
Ver. Professor Garcia, Presidente desta Casa, não se encontra hoje em virtude
de ter sofrido um pequeno acidente e, por consequência, ter quebrado o pé,
tendo de ficar por alguns dias afastado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 15h42min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4030/11 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/11, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que inclui § 17
no art. 20 e inc. XXV no caput do
art. 21 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e
disciplina os tributos de competência do Município –, e alterações posteriores,
dispondo acerca da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN) para os serviços que especifica.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Socias Villela:
pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relatora Verª Séfora Mota: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 06-09-14 (sábado).
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o
PLCL nº 028/11, com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está
com a palavra para discutir o PLCL nº 028/11, com Veto Parcial.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, sou o autor do projeto. Este
projeto foi vetado parcialmente, e eu quero antes fazer uma explanação da
origem do projeto, do acerto, quando do encaminhamento final da sua aprovação,
enfim. Este projeto, no início, foi proposto visando modificar a base de
cálculo da aplicação, da cobrança do ISS. Inicialmente, nós queríamos, na
proposta original, mudar a base de cálculo para fins de cobrança do ISS. Este
projeto andou, tramitou nesta Casa e, depois de várias reuniões fora e também
lá no Executivo, chegamos a uma conclusão, a um acordo, com a participação do
sindicato da categoria, onde se combinou uma emenda reduzindo o percentual de
5% para 2,5% e mantendo a mesma base de cálculo. Com o compromisso assumido –
porque este projeto valerá até dezembro de 2016, é um projeto temporário – pela
categoria de tentar manter ou aumentar. A nossa bandeira, a nossa proposta, a
nossa certeza, o nosso compromisso – e digo nosso porque andamos muito
envolvidos com a classe – é de que vai haver, terá que haver aumento na
arrecadação. Para quem não sabe ou não entendeu ainda do que se trata o
projeto, vou tomar como exemplo o período de final de ano ou véspera de grandes
feriados – Páscoa, por exemplo –, quando as grandes redes contratam
profissionais para trabalharem temporariamente; contratam por intermédio de uma
outra empresa, empresa que presta serviço de agenciamento de mão de obra.
Contratam por um mês, dois meses, por semanas, por dias para dar suporte a esse
período muito intenso, digamos assim, de movimentação. O que nós estamos
defendendo, e por isso a certeza de que vai aumentar a receita, Ver. Idenir
Cecchim? É porque o Governo, ao cobrar um percentual muito pesado do ISS...
Fica ruim falar isso, mas nós sabemos que toda vez que o imposto fica muito
pesado há uma preocupação e há, sim, por que não dizer, a sonegação. É pesado
dizer isso, mas é verdade. Quando os governos cobram muito, há incentivo à
sonegação por uma questão de sobrevivência. E por isso nós estamos apostando no
aumento da receita para se tornar definitivo. Dessa forma, meus Pares, nós
estamos acompanhando o Executivo e aceitando o Veto Parcial.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Guilherme Socias Villela assume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLCL nº 028/11, com Veto Parcial.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, esse assunto, Ver.
Bernardino, além de ser tratado pelo projeto inteligente de Vossa Excelência...
Eu também queria cumprimentar o Executivo por ter dialogado e aceitado essa
solução. Baixando a alíquota do imposto, realmente, o setor fica comprometido;
em vez de as empresas terem sede lá em Eldorado, Canoas, Cachoeirinha, onde o
imposto é mais barato, que tenham aqui em Porto Alegre, fazendo com que as
empresas venham e declaram o total. Para inúmeras empresas e setores se tentou
essa solução de baixar o ISS, fazendo com que possam aumentar o seu
faturamento; a Prefeitura acaba arrecadando a mesma coisa ou mais ao cobrar
menos imposto. Com isso, a empresa consegue contratar mais pessoas, consegue
recolher mais impostos para o Município. Então eu queria, neste momento em que
ocupo a tribuna, deixar isso muito claro, cumprimentar o autor e também o
Executivo pela sensibilidade que teve de proporcionar a um setor importante a
redução de alíquota, mas, ao mesmo tempo, exigir que o setor amplie a sua
arrecadação. Esse é um bom projeto, é inteligente da parte de quem o propôs e
principalmente da nossa administração, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
que vê no empresário um parceiro; e é assim que deve ser, o empresariado
recolhe imposto e a Prefeitura tem a obrigação de recolher e gastar bem esse
dinheiro. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir o PLCL nº 028/11, com Veto Parcial.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
estamos discutindo o Veto Parcial aposto ao PLCL nº 028/11, de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, que inclui o § 17 no art.
20 e inc. XXV no caput do art. 21 da
Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os
tributos de competência do Município e alterações posteriores, dispondo acerca
da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, para
os serviços que especifica. O Veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal, Veto
Parcial, diga-se de passagem, reconhece, como bem assinalou o Ver. Idenir
Cecchim, a importância do projeto de lei apresentado. E mais do que isso, a
circunstância de que o mesmo agasalhe, de determinada maneira uma objetiva
sincera e sobretudo competente, a contribuição que o Ver. Bernardino
Vendruscolo oferece ao Município de Porto Alegre, às suas estrutura e
administração. Faço essa consideração, Sr. Presidente, absolutamente confortável nos procedimentos anteriores que tive ao
examinar este projeto e, muito especialmente, quando analisei o Veto Parcial
proposto pelo Executivo Municipal, quando afirmei que o mesmo se tratava de uma
prerrogativa do Prefeito Municipal e que nessas condições encontra-se ajustado
ao regramento jurídico e disciplina a matéria. Inobstante, deixei claro que
cabia às Comissões Temáticas – CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH – procederem a análise
do mérito da proposta, e obviamente do mérito do Veto Parcial adotado pelo
excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal.
Salientei, na ocasião,
por oportuno, que deveríamos lembrar que quando da análise do propósito do
projeto pela Comissão de Constituição e Justiça, em abril de 2012, o então
Vereador e Relator Luiz Braz havia se manifestado pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação da matéria, colocação essa que foi acolhida
pela maioria dos integrantes da CCJ.
Nessa linha, Sr.
Presidente, e com tal análise, assinalei que ficava reduzida a capacidade de
análise prévia, que, por parte da Comissão de Constituição e Justiça, haveria
de se limitar aos aspectos formais que envolviam a proposta – vale dizer o Veto
–, os quais, no entendimento da Comissão, por estarem plenamente atendidos,
levavam a CCJ a recomendar, sob os aspectos jurídicos, a manutenção do Veto
Parcial.
Isso tudo, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é repetido agora, quando nós examinamos na
plenitude do nosso sodalício, órgão competente para acolher ou deixar de
acolher o Veto. E ouvimos do próprio autor da proposta, Ver. Bernardino
Vendruscolo, uma manifestação de conformidade com os termos do Veto Parcial, o
qual, como eu disse inicialmente, consolidava o
objetivo fundamental da proposta, o que é o grande avanço que nos temos a
saudar. Toda vez que nós mexemos, Ver. Bernardino Vendruscolo, nesse item da legislação
municipal, nós estamos absolutamente convencidos de que estamos mexendo na
Administração do Município. Mas não podemos nos furtar de nos manifestar sobre
esse assunto, Vereador e ex-Prefeito Guilherme Socias Villela, porque à Câmara
se impõe, cabe e deve ser ressalvado o direito de propor, como estabelece a Lei
Orgânica do Município, a equação dos múltiplos problemas que envolvem a
Administração Municipal. E, se em algum lugar há algum atrito entre a
capacidade estabelecida de forma prioritária ao Executivo e aquela que cabe ao
Legislativo, esse compõe, no bom senso, ser limitado e estabelecido. É o que
acontece agora, Ver. Nereu, com o Veto Parcial do Sr. Prefeito, que não deixou
de agasalhar a proposta maior do Ver. Bernardino Vendruscolo. Porque nós
precisamos, de uma vez por todas, reconhecer que, em matéria de tributação, a
inteligência, mais do que o bom senso, tem que se sobrepor. Se pudermos unir os
dois, bom senso e inteligência, então, estaremos na situação mais adequada
possível no encaminhamento dessa matéria, porque não é raro o momento em que
uma aparente redução de incidência da tributação gera, logo adiante, uma
melhoria considerável na arrecadação. E, na busca da justiça tributária, na
busca do reconhecimento dos direitos dos contribuintes, nós temos que realizar
o nosso trabalho maior. Eu sei que o Ver. Bernardino Vendruscolo se elegeu com
esse compromisso, com o qual eu sou solidário porque eu também tenho esse
compromisso de defender o contribuinte. Se, nesse momento, o Prefeito, a sua
equipe, concedeu, reviu, tomou uma atitude e reconheceu, no mérito, a
importância do projeto de lei do Ver. Bernardino Vendruscolo e apenas o vetou,
digamos, nos seus aspectos formais, reconhecendo, através de uma atitude, a
excelência do mesmo através de uma providência adequada, via de decreto, não
cabe a nós não acolhermos o Veto.
Queremos saudar a solução adequada que o bom senso e a inteligência determinaram. Meus cumprimentos ao Ver. Bernardino Vendruscolo pelo êxito da sua empreitada e meu reconhecimento, por que não, ao Executivo Municipal, que soube recuar em determinado aspecto, não ficar na ortodoxia e propiciar no entendimento, no meio-termo, na composição, uma bela solução. Vamos manter o Veto formalmente bem proposto e cuja materialidade foi reconhecida pelo próprio autor. Obrigado, Vereador-Presidente, obrigado, meu querido ex-Prefeito Guilherme Socias Villela, que conviveu muito tempo, com muita sabedoria e inteligência, com essa realidade. Tributar com justiça é uma tarefa que nós temos que perseguir obstinadamente porque é a razão de ser, inclusive, da convivência entre o Estado e a cidadania. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em votação nominal o PLCL nº 028/11, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO o projeto por 19 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto Parcial.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2663/12 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/12, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que
inclui parágrafo único no art. 7º da Lei nº 8.133, de 12 de janeiro de 1998 –
que dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto
Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial ao Código de
Trânsito Brasileiro, e dá outras providências –, e alterações posteriores,
determinando que a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) tenha,
em sua composição, 1 (um) advogado indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil
– Secção do Rio Grande do Sul (OAB-RS).
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela rejeição
do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 06-09-14 (sábado).
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em discussão o PLL nº 201/12, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 201/12, com Veto Total.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCULO: Sr. Presidente Villela, o cumprimento, e quero
cumprimentar, também, porque, com certeza, está nos assistindo de casa, o Ver.
João Antonio Dib, que foi Prefeito, assim como Vossa Excelência. Eu acho que em
tudo na vida temos que ter parceria.
Vou completar 10 anos de mandato nesta Casa, e
nunca subi a esta tribuna para atacar algum Partido. Nunca. Por felicidade, e
por ter tido esse comportamento, posteriormente, acabei sendo Presidente
Estadual de Partido, e pude confirmar isso aqui. Nós temos que tomar muito
cuidado para não atacar toda uma agremiação, porque não pode ser assim, não
podemos generalizar as classes, os grupos sociais, as classes profissionais, as
famílias. Sempre vamos encontrar pessoas que podem não merecer essa
generalização. Eu vou tomar muito cuidado com o que vou dizer.
Quero registrar que aqui, em Porto Alegre, os
profissionais de trânsito, os “azuizinhos”, ficam escondidos aplicando multas.
Eu participei de uma audiência pública na OAB, e, pasmem, os representantes da
Polícia Rodoviária Federal, os representantes da Polícia Rodoviária Estadual e
os representantes da EPTC que lá estavam, negaram, em absoluto, dizendo que
isso nunca existiu. Eu confesso que fiquei muito preocupado com isso, lá atrás,
porque eu assisti a tudo isso lá.
O projeto que tramitava naquele momento, o que
buscava? Buscava, e busca, dizer que, em cada Junta Administrativa de Recursos
de Infrações – JARI, quando alguém levar uma multa e entender que a multa foi
aplicada injustamente, poderá entrar com o recurso. O que nós pretendíamos e
pretendemos com esse projeto? Que cada grupo julgador pudesse contemplar, no
mínimo, um advogado representando a Ordem dos Advogados do Brasil, que é uma
instituição que está acima de qualquer corporativismo – vamos dizer assim –,
até porque as empresas, os sindicatos, as associações, os conselhos mantêm, nos
seus quadros, um advogado associado à OAB. Mas, pasmem: o Prefeito vetou o meu
e o nosso projeto – nosso porque os senhores aprovaram. Mas o Prefeito fez um
decreto, que diz o seguinte, no seu § 3º: “Comporá as JARIs o representante da
sociedade ligada à área de trânsito, com inscrição junto à Ordem dos Advogados
do Brasil”. Os senhores entenderam? O Executivo contemplou a minha proposta. Eu
não estava mudando a estrutura, eu não estava gerando despesa, então era
legítima a proposta! Mas fez um esforço fenomenal, fora do comum, buscou, no
Código Tributário Nacional, no Código de Trânsito Brasileiro, na Constituição,
se armou, veio, escreveu e não disse nada, só disse que esta Casa não era
legítima para propor o projeto. Ora, gente! Se nós fomos legítimos para propor
a criação da EPTC, por que não seríamos legítimos para propor regramento ou
comportamento? Mas o Executivo contemplou a minha proposta. Isso quer dizer o
quê? Que água mole em pedra dura tanto bate até que fura!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 201/12, com Veto Total.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, quero, de coração, confessar a minha alegria de vir à
tribuna participar do debate no dia em que o mesmo é proposto. Acho que a
civilização, Ver. Bernardino Vendruscolo, veio ao muito quando a inteligência de alguns
concluiu que seria muito mais dinâmico que a mobilização se desse por um
equipamento em que a roda, ao invés de quadrada, fosse circular, fosse redonda.
A partir daquele momento, as coisas começaram a mudar na civilização. Isso me
permite dizer o seguinte: há muito tempo eu estou convencido de que o mundo
precisa, Ver. Paulo Brum, mais do que nunca, que a inteligência presida as
nossas decisões, e que, com isso, Ver. Guilherme Socias Villela, nós tenhamos
sempre as melhores decisões, nos mais diversos momentos.
Hoje, eu retorno a tribuna com o mesmo objetivo de
saudar a soma do bom senso com a inteligência na solução do que aparentemente
seria um problema, e, em verdade, era uma proposta objetiva que o Ver.
Bernardino Vendruscolo trazia à Casa e à Cidade, valorizando e qualificando as
decisões das JARIs através da presença necessária e obrigatória de um
profissional do Direito para abalizar as suas decisões. Eu penso que o assessor
do Sr. Prefeito Municipal, o nosso querido ex-Prefeito de Cacequi, o Dr. Gil,
tem muito a ver com o que nós estamos falando nessa hora. Certamente, nos
bastidores, ele contribuiu para que nós tivéssemos essa decisão. Vamos votar,
vamos ortodoxamente manter a condição estabelecida na Lei Orgânica de forma
privativa, estabelecer as competências do Chefe do Poder Executivo, mas não
vamos obstruir de modo algum que essa boa solução seja levada a termo. Aliás,
Ver. Bernardino Vendruscolo, penso que V. Exa., não só neste momento, como
também em outro instante, contribui, especialmente, quando restabelece aqui na
Casa a força do projeto indicativo, das indicações, porque esta Casa vive muito
mais das suas propostas do que propriamente das suas deliberações. Ver.
Kopittke, esta é uma Casa política e tem que ser repleta de ideias, de propostas,
de proposições capazes de contribuir com o estabelecimento do debate. Eu falei
no nome do Ver. Kopittke, porque no ano passado, num determinado assunto, ele
dizia que aprovar ou não aprovar é o menos relevante, o mais importante é
permitir que a proposta caminhe, enseje o debate e o esclarecimento. Acho que
estamos diante desse caso. Vamos aprovar o veto do Sr. Prefeito, de certa forma
aplaudindo, porque, ao mesmo tempo em que ele veta a proposta do Ver.
Bernardino Vendruscolo, através do decreto ele consagra a proposta. Em verdade,
nós não queríamos o estabelecimento e a consolidação de uma corporação de
ofício delegando à OAB a prerrogativa de indicar um membro da JARI, o que
queria o Ver. Bernardino Vendruscolo, que, desde o início compreendi, era
qualificar as Juntas Administrativas do Município de tal sorte que elas
tivessem juridicidade nas suas manifestações. E isso agora, com o decreto do
Prefeito, decreto esse que foi provocado pela proposta legislativa do Ver.
Bernardino Vendruscolo, começa a acontecer e começa a ocorrer a qualificação da
JARI, que era o objetivo da proposta do Ver. Bernardino Vendruscolo, a certeza
de que as exceções da JARI teriam esse complemento técnico e jurídico que o
operador do Direito pode propiciar.
Por isso, Sr. Presidente, eu quero manifestar a
minha alegria de ver nesta Casa as coisas serem decididas com inteligência, com
bom senso, com equilíbrio. E aqui a gente pode até saudar um veto, o que não
diminui em nada a nossa capacidade legislativa, ao contrário, revela,
restabelece e consagra a nossa capacidade de, como órgão de opinião
política, colaborar, como efetivamente estamos
colaborando, para que a Cidade possa enfrentar os seus problemas com sabedoria,
inteligência e bom senso.
Parabéns, Ver. Bernardino Vendruscolo, parabéns,
Prefeito José Fortunati, parabéns, Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde
se constrói, através de propostas inteligentes, equações de situações que o
cotidiano da Cidade possa registrar, e que o seu Prefeito, com sensibilidade,
possa acolher. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir o PLL nº 201/12, com Veto Total.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde; Vereador, sempre Prefeito, Guilherme
Socias Villela, que preside esta Sessão, eu venho aqui trazer um rápido
comentário e expressar a minha opinião sobre o Veto do Executivo Municipal em
relação ao projeto de lei votado nesta Casa, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
Eu fiz questão, Ver. Bernardino, de vir aqui, por duas ou três razões.
Primeiro, como membro da Ordem dos Advogados do Brasil, é muito importante lhe
parabenizar por este projeto, pelo fato de o senhor ter visto, na Ordem dos
Advogados do Brasil, um canal de garantia dos direitos da cidadania em relação
ao tema das multas de trânsito em Porto Alegre. Olha que eu nem tenho uma
opinião tão crítica como a sua sobre as multas. Eu acho que, infelizmente, elas
cumprem um papel importante. Infelizmente. O ideal é que não fossem
necessárias, mas são. Infelizmente, só com a punição se aprende, e punições
desse tipo, aqui no nosso País, no bolso, são aquelas que têm mais efetividade;
infelizmente, repito, para se salvar vidas. Mas, independente disso, é fundamental,
sim, que se tenha controle social. É disso que estamos falando aqui: controle
social dentro da instância administrativa que julga os recursos sobre as multas
de trânsito da nossa Cidade.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero agradecer o seu apoio, a sua fala e dizer também que eu me
somo a esse comportamento de que não podemos abrir mão da aplicação das multas
naqueles que transgridem as regras estabelecidas. Mas a ideia é não dificultar
a ampla defesa porque também sabemos que há muitas injustiças. Nós também
estamos defendendo – e V. Exa. me acompanhou em outro momento, e quero
cumprimentá-lo – a educação tanto de pedestres como de motoristas, porque, aqui
em Porto Alegre, nós precisamos avançar um pouco mais. Aqui em Porto Alegre, se
você faz uma gentileza de parar o automóvel para alguém atravessar a rua,
muitas vezes você recebe aquele gesto quase como uma provocação. Então, quero
cumprimentá-lo também por isso. Muito obrigado.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Pensamos da mesma forma, e retomo essa ideia que acredito ser a
centralidade do seu projeto, que é o controle social. Os órgãos públicos não
podem se fechar em si mesmos, com vigias se autovigiando, com controladores se
autocontrolando. Nós precisamos da sociedade através de seus vários canais.
E aqui faço uma ponte, pedindo licença ao Ver.
Bernardino Vendruscolo, na discussão sobre esse tema, para saudar essa semana
que encerramos ontem de mobilização nacional – e estou falando disso porque a
Ordem dos Advogados esteve à frente dessas mobilizações, também –, por uma
constituinte exclusiva para reformar a política brasileira. Não adianta falar
em nova política, há que se criar os instrumentos reais de participação da
sociedade, em todos os âmbitos. Falando ainda em controle social, Ver.ª Jussara
Cony, hoje nós temos algumas vozes – e eu li o editorial da Zero Hora, do
domingo – contra o decreto da Presidente Dilma que regulamentou a Constituição
brasileira, criando um sistema nacional de participação social para gestão das
políticas públicas. E vejo, surpreso, tantas vozes se erguerem contra! E é no
mesmo sentido. Parece que não é, talvez, porque nós estamos falando de multa de
trânsito, em contraponto à gestão de política nacional de habitação, ao
Conselho Nacional das Cidades, mas essa é a participação social em que nós
precisamos avançar no País, e não fechar o Estado cada vez mais. Eu o saúdo
pelo sentido que o senhor traz aqui, não só criativo, mas como cidadão da sua
proposta, que o Executivo acolheu através de um decreto. Eu vou tratar com
fidalguia aqui, porque, mais que disputa política, importa o sentido também da
construção dos colegas aqui. Não foi pela lei; transformou-se em um decreto uma
posição que eu acho tecnocrática do Governo Municipal, porque o fio da lei
sempre serve aos interesses de quem está no poder. E me parece que o nosso
Executivo Municipal tem tido aqui uma visão extremamente positivista sobre o
direito. Eu me lembro que, por exemplo, a Deputada Estadual Juliana Brizola
criou uma lei que prevê a escola de turno integral, e o Governador acolheu,
mesmo sendo de outro partido. Então, são concepções de quem quer prestigiar o
Parlamento ou de quem quer recolher para si os instrumentos de poder. Mas,
independente, eu acho que é preciso saudar, porque há uma grande inovação.
Infelizmente, eu gostaria, Ver. Bernardino, que o Município estivesse
aumentando as suas receitas através do IPTU dos imóveis, que se valorizaram
mais de 200% aqui na Cidade, mas, em vez disso, o Município está arrecadando
mais em multas com os cidadãos. São escolhas de uma forma de gerir a Cidade
diferente daquela com que nós concordamos, mas eu lhe saúdo por ter conseguido
essa conquista de incluir a Ordem dos Advogados do Brasil nas Juntas
Administrativas de Recursos de Infrações do nosso Município. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Alberto Kopittke.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 201/12, com Veto Total.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, prezado colega, Ver. Villela; meus colegas Vereadores;
prezado autor do projeto, Ver. Bernardino; quero aqui também, Sr. Presidente,
aproveitar a oportunidade e cumprimentar a Elizete e todas as lideranças da
cooperativa Marcos Klassmann, que estão novamente aqui na Casa e que lutam para
encontrar uma solução, uma negociação para garantir o direito à moradia lá na
Zona Norte de Porto Alegre. Eu ouvi atentamente o meu colega Ver. Reginaldo
Pujol. Ver. Bernardino, eu quero dizer que, se nós quisermos honrar com a
valorização legislativa, nós temos que derrubar o Veto. Temos que derrubar o
Veto! Se um Vereador faz um projeto de lei, ele é aprovado nesta Casa, o
Prefeito veta, mas copia o projeto de lei e faz um decreto, qual é o que tem
mais valor? O decreto ou o projeto de lei? Não temos dúvida que é o projeto de
lei, prezado Villela, o senhor que já foi Prefeito! Aí é uma questão de
coerência, porque, se o Prefeito reconheceu o mérito e traduz isso num decreto,
o decreto é inferior a um projeto de lei! O projeto de lei é superior! Se não
for assim, então não precisamos mais legislar! O Prefeito pode convidar todos
os Vereadores, saber qual é a intenção dos projetos e ele transforma tudo em
decreto. Eu quero fazer uma discussão aqui com os colegas Vereadores,
Vereadoras e com esta Casa, Ver. João Carlos Nedel, sobre o papel do
legislativo e qual é a valoração que tem um projeto de lei relacionado a um
decreto, prezado Ver. Delegado Cleiton. Isso aqui não pode ser uma disputa de
Executivo contra o Legislativo, de situação ou oposição. Não! É o rito
processual do Legislativo! O Legislativo tem que ser valorizado. Se o
Legislativo produziu um projeto, prezada Ver.ª Séfora Mota, esse projeto foi
aprovado e foi para o Executivo... Quando é que o Executivo veta um projeto?
Quando ele tem desacordo político com o projeto. Mas nesse caso o Prefeito não
tem desacordo político porque ele traduziu o projeto que ele vetou num decreto!
Ora bolas, não precisa fazer isso! Não precisa decreto! Tem que deixar dar
acordo e sancionar o projeto de origem do Legislativo. Assim nós estaremos
valorizando o Legislativo. Bem, tem uma outra discussão aqui, que é talvez a
discussão de fundo, que não foi trazida para cá. O que propõe aqui o Ver. Bernardino
quando dispõe sobre o sistema de transporte e circulação no município de Porto
Alegre? Ele adequa a legislação municipal no que diz respeito à questão da
Junta Administrativa de Recursos de Infração, sugerindo que tenha, neste
colegiado, um advogado representando a OAB do Rio Grande do Sul. Bom, se foi
feita a sugestão e ela foi acolhida pelo Executivo, através de decreto, a nossa
opinião, do Partido dos Trabalhadores, é que devemos manter o projeto e
derrubar o veto. Assim, estaremos valorizando um trabalho do Legislativo,
porque o Prefeito já aceitou o seu conteúdo; porém aceitou reduzindo a sua
potência; está equivocado administrativa e politicamente. Um grande abraço,
muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em votação nominal o PLL nº 201/12, com Veto
Total. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) Dezoito Vereadores presentes. Não há
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela – às 16h42min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Engº Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente. Quero tratar aqui neste período de
Comunicações o tema relacionado à reforma urbana e aos problemas habitacionais
de Porto Alegre. A reforma urbana é um tema necessário nas cidades brasileiras,
é o tema da pauta, é o tema da agenda e tem que ser assumido nas três esferas:
nacional, estadual e municipal. Falo isso me referindo e também me dirigindo à
comunidade Marcos Klassmann, que aqui está, em torno de 500 famílias que estão
ocupando uma área lá na Zona Norte, um depósito de lixo, uma área abandonada
que era utilizada para o tráfico, utilizada para prostituição, sem nenhum
projeto para a área. Essas famílias iniciaram uma negociação com o
proprietário, construíram suas casas. Um dos proprietários entra em juízo, que
determina o despejo de 500 famílias que utilizaram suas economias, nos últimos
tempos, construindo o mínimo do mínimo do mínimo, que são pequenas casas com
fogão, geladeira, cozinha, um quarto, meio quarto ou dois quartos, para poder
acomodar minimamente essas famílias.
Por que a cidade de Porto Alegre e muitas outras
cidades têm um conjunto de vazios urbanos que não são destinados para a
habitação? E por que não se aplica em Porto Alegre o que já existe, que é o
Estatuto da Cidade, que diz que as propriedades têm que cumprir a sua função social?
Portanto, nós não estamos aqui negando o direito de propriedade dos seus donos;
estamos aqui dizendo que aqueles donos têm que cumprir com o direito de
propriedade. E para isso há o poder, e neste Poder Legislativo nós já fizemos
um conjunto de leis, adequando o Estatuto da Cidade à realidade de Porto
Alegre.
Nós aprovamos uma lei municipal que reproduz a lei
nacional do Minha Casa, Minha Vida. E hoje, no Programa Minha Casa, Minha Vida,
há dinheiro do Governo Federal, diga-se de passagem. O Programa Minha Casa,
Minha Vida, que foi iniciado com o Presidente Lula e tem continuidade com a
Presidente Dilma, já entregou e contratou 3,5 milhões de habitações! E o
projeto para o próximo período é mais 3,5 milhões de habitações. Por que em
Porto Alegre, quando começou o Minha Casa, Minha Vida, se abriu um edital com
inscrições deliberadas, Sr. Presidente? E 55 mil famílias se inscreveram na
cidade de Porto Alegre. Qual é a resposta para essas 55 mil famílias? Nós temos
que ter respostas! A resposta é que Porto Alegre não realizou a tarefa de casa.
Porque nós podemos gravar nesta Casa essas áreas onde há população, mesmo sendo
privadas, como Áreas Especiais de Interesse Social. O Prefeito pode organizar
um projeto para captar recursos para que os proprietários sejam pagos e ali se
desenvolvam os projetos habitacionais.
E eu digo mais: tenho certeza que essa comunidade
da Rubem Berta gostaria de morar no Centro da Cidade. Pois, no Centro, temos
mais de 20 prédios, edifícios que estão fechados, que estão sucateados. E não
vamos longe, ali na Rua da Praia, perto da Praça XV tem o “esqueletão”, que tem
vinte e tantos andares, e está ali há mais de 20 anos. Se for ali próximo à
rodoviária, encontraremos um outro prédio, que, no Governo anterior, a Yeda o
vendeu, com 14 andares, por R$ 2,8 milhões para um empresário, e ele está ali
parado. Por que esses prédios não podem ser reestruturados? E há dinheiro na
Caixa Econômica Federal do Programa Minha Casa, Minha Vida, para reformar esses
prédios e colocar pessoas a morar no Centro da Cidade.
Então, essa agenda tem que ser percorrida. Eu venho
aqui falar e insistir sobre esse tema: isso é responsabilidade desta Casa, do
Executivo e do Ministério Público; e tem dinheiro, tem programa, tem política,
falta ação. Portanto, comunidade aqui presente, não desistam! Porque política
tem, o Governo Federal recursos tem, agora, tem que se fazer a tarefa de casa
aqui na Prefeitura, e esta Câmara é responsável. Venho aqui, em nome do meu
partido, trazer esse indicativo para debate aqui nesta Casa. Muito obrigado,
Sr. Presidente, um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Solicito ao 1º Secretário, Ver. Guilherme Socias Villela, que proceda à
chamada nominal para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Mario Fraga.
(Pausa.) (Após a chamada nominal.) Sete Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h52min.)
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